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Hugo Monteiro

M̶u̶n̶d̶o̶ ̶V̶.̶U̶.̶C̶.̶A x Mundo B.A.N.I !

Como você vê o mundo hoje?


O cenário econômico atual nos coloca uma reflexão já percebida há algum tempo por Albert Einstein: em meio à dificuldade encontra-se a oportunidade. E ainda há a transição de um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo para uma interpretação de mundo visto como frágil, ansioso, não-linear e incomprensível. Segundo Jamais Cascio, a pandemia de 2020 mudou a ótica de como as corporações produzem, vendem, tratam o pós-venda e retomam o contato para vender de novo.


Entendendo um pouco melhor o antes e o agora.


Em meados dos anos 90, o exército dos Estados Unidos enquadrou o mundo, que se recuperava de todas as restrições que a Guerra Fria trouxe de desafiador e se adaptava às inovações tecnológicas, em um pensamento linear, que fazia sentido para até pouco tempo. Esse pensamento descrevia o mundo como VUCA :

(sigla em inglês para volátil, incerto, complexo e ambíguo). Durante o auge da pandemia de 2020, Jamais Cascio, um antropólogo, historiador e futurista, observou que esse modelo de enquadramento já não se encaixava mais no modo que as coisas vinham se descortinando e sugeriu a visão de mundo BANI (sigla em inglês para frágil, ansioso, não-linear e incompreensível).


A volatilidade atingiu níveis tão extremos que tornou-se sem solidez, frágil, o que pode fazer com que uma empresa consolidada deixe de existir de um dia para o outro. Essa fragilidade pode ser contornada com resiliência e liberdade.

A incerteza deu lugar à ansiedade, notada de maneira avassaladora nos últimos meses, trazendo medo, insegurança e impotência diante das mudanças tão significativas em um espaço de tempo tão reduzido. A expectativa pelo que “vai acontecer” a qualquer momento deixa o profissional muitas vezes perdido ante ao desconhecido, pautando as decisões em um senso de urgência que se não for bem conduzido, pode levar ao colapso. Segundo o antropólogo, pode-se aliviar a ansiedade com empatia e atenção plena.



A complexidade do padrão, tanto de identificação, quanto de resolução de desafios tornou-se não-linear, o que resulta na exigência criativa, muitas vezes desgastante, para resoluções. O que solucionaria algo ontem de maneira simples e rápida, já não serve para hoje e muito menos para amanhã, fazendo com que a tomada de decisão tenha sempre um quê de imprevisibilidade e incerteza, necessitando contexto e flexibilidade.


E por último, mas não menos importante, a ambiguidade deixando de fazer sentido e sendo substituída pela incompreensibilidade. Agora é a hora de esquecer a lógica, de acordo com Coscio, “Tentamos encontrar respostas, mas as respostas não fazem sentido. Mais dados podem ser contraproducentes, sobrecarregando nossa capacidade de entender o mundo, tornando difícil distinguir ruído de sinal. A incompreensibilidade é o estado final da sobrecarga de informações”. E ainda segundo o criador do BANI, o incompreensível pede transparência e intuição para ser vencido.


“Essas podem muito bem ser mais reações do que soluções, mas sugerem a possibilidade de que respostas possam ser encontradas”, finaliza o idealizador.




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